segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Romance Sagrado

Antes de iniciar esta leitura, peça ao Espírito Santo para ajudá-la a entender melhor o seu coração e o coração de Deus. Queremos ver, de forma resumida, a vida interior perdida, o romance desconhecido, a mensagem das flechas e a descoberta ou redescoberta do romance sagrado.
A vida perdida de um coração
Qual é o estado do seu coração hoje? Que pergunta difícil e incômoda! Se não pararmos para refletir sobre isso a tempo, podemos nos sentir esquisitos ou nervosos. No meio da correria dos anos de serviço uma voz grita dentro de nós: Alguma coisa está faltando no meio de tudo isto. "Há algo mais..."Você tem sede?  Escute seu coração! Você deseja experimentar um amor maravilhoso, uma grande aventura. Você foi criada para algo além. E sabe disso!
Abafamos essa voz de diversas formas: o serviço, o trabalho, a correria, o medo, o racional tomando conta de nós, os cuidados desta vida, ou ainda de outras maneiras. E, abafando a voz do coração, divorciamos nossa vida interior da exterior. Protegemo-nos mantendo certa distância das pessoas, até entre nós e o nosso próprio coração, escondendo o agnosticismo que vivemos, já que separamos a nossa vida interior da exterior. E essa separação é o caminho para a morte.
"Acima de tudo, guarde o seu coração pois dele depende toda a sua vida"(PV4.23). Perder nosso coração é perder tudo. E essa perda descreve a maioria dos homens e mulheres dos nossos dias. A correria, o ativismo e a compulsão, que não nos deixam parar, ditam uma triste realidade para a maioria de nós: estamos vivendo apenas para sobreviver. Debaixo de tudo isso, sentimo-nos cansadas e vulneráveis. Desde cedo a vida nos ensina que devemos ignorar nosso coração e não acreditar nele. Ignorado-o, começamos uma vida dupla. Na externa, criamos uma identidade que a maioria das pessoas conhece, sem saber quem nós somos de verdade. Sob essa aparência, vivemos da fonte de responsabilidades e obrigações, respondendo às expectativas das pessoas ao nosso redpr - "Eu preciso fazer isso". A administração de nosso tempo toma o lugar de experimentar o mistério da vida. Somos ensinadas a aceitar três passos para um casamento feliz, cinco formas de ter um retorno melhor dos nossos investimentos, como conseguir um marido, e sete hábitos para o sucesso.
A comunhão com Deus é substituída por atividades para Ele. Se voltássemos a ouvir com sensibilidade, estaríamos mais atentas ao romance sagrado que nos chama através de nosso coração a cada momento. Sussurra para nós através do vento, convida-nos por meio do riso dos bons amigos, estende-se para nós pel o toque de alguém que nos ama.
O romance esta presente até nos momentos de maior sofrimento: a doença de uma criança, a falência de um casamento, a perda de um amigo. Temos saudade da intimidade, da formosura e da aventura. E esse profundo desejo é a parte mais poderosa de qualquer personalidade humana, o combustível da busca do significado, de ser saudável, o sentido de estar verdadeiramente vivo. Não importa como descrevemos esse profundo anseio, ele é a coisa mais fundamental dentro de nós, o cerne do nosso coração, a paixão da nossa vida.
A voz que nos chama nesse lugar não é nenhuma outra, senão a de Deus. Perdemos a habilidade de ouvir a voz Dele quando perdemos contato com nosso coração. A verdadeira história de cada uma de nós não é a história que as pessoas vêem, a externa. É a jornada de nosso coração. É trájico para qualquer pessoa perder o contato com a vida do seu coração, isto é, a vida interior. Isso se torna mais triste ainda quando acontece conosco, que conhecemos a voz do Bom Pastor, Jesus de Nazaré.
Muitas de nós perderam o fogo do primeiro amor no turbilhão do serviço cristão e das trantas atividades que nos engolem e, assim, passaram a perder o romance. começamos a sentir que a nossa fé é apenas uma série de problemas a serem resolvidos, ou princípios a serem dominados, antes de podermos entrar na vida abundante que Jesus nos prometeu. Mudamos nossa vida espiritual para o mundo externo de atividades e, em nosso interior, ficamos desnorteados, levados pelas ondas passageiras.
Acima de tudo, a vida cristã é um romance do  coração. Não pode ser administrada com passos e programas. Não pode ser vivida exlusivamente como um código moral que leva à justiça.
O que interessa é a nossa vida interior. Nosso coração é a chave para a vida cristã. Num dos maiores convites jamais oferecidos ao homem, Jesus se colocou de pé, no meio da multidão, em Jerusalém, e clamou: "Se alguém tem sede, venha a mim e beba.Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água vida"(Jo 7.37,38)
Se não atentarmos para a sede da nossa alma, o convite de Jesus não significará nada. com o passar dos anos, achamos que ele não nos chama mais através da sede do coração. Como os gálatas, que Paulo repreendeu por terem se esquecido de como chegaram a Jesus, descobrimos que alguma coisa, ou pessoa, nos seduziu para voltarmos à vida externa e à performance como o caminho da salvação.
Próximo post será sobre o Romance desconhecido...